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sábado, 5 de fevereiro de 2011

A voz

Ouço aquela voz


1. A primeira mensagem foi lida por não a saber enviar; tinha como sujeito o Rio. Foi à noite e foi lida através da internet. Já a noite ia longa, quando ouvi uma voz que me pareceu um pouco amargurada e interrompeu a minha leitura para dizer “Tenho sede de amor”. Até ao dia de hoje ainda não consegui apagar essa voz, que me parece estar constantemente a ouvir. Só não sei se é verdade ou mentira. Espero que não seja verdade... Porque é que essa fonte, pela qual todos ansiamos, perece estar sempre rodeada de arame farpado? E se o rompêssemos, iríamos corromper os princípios da moral, podendo ser apenas por um momento de prazer (felicidade)? É verdade que houve uma mulher que disse “ Vale mais ser Rainha uma hora do que Duquesa toda a vida”. O dia de amanhã nunca sabemos, mas eu primo muito os meus princípios; eu interrogo-me muitas vezes porque é que este pensamento vagueia tanto à minha volta como se fosse um leão a querer devorar-me. Não são os pergaminhos ou a "charmesice" que nos faz feliz. Não, não faz.

2. Sinto-me como araras em sofisticadas gaiolas, a olhar para o telhado e a invejar a liberdade dos pardais.

3. Dá-nos a impressão de que há um sentimento que nos une, mas pode estar errado. Eu sei que, quando se ama, há que aceitar o outro sem reticências e não o moldarmos à nossa maneira.

4. Melhor será continuar a cruzar as nossas missivas e saber que, de cada um dos lados, existe um amigo/a.

5. Pergunto muitas as vezes, porquê, meu Deus! Este sofrimento? Masoquista? Não o sei dizer. Quem me poderá dizer, também não o sei; só sei que estes pensamentos martelam em mim e o meu coração parece uma bigorna, como quando o martelo a malhar o aço, como a querer forjar um grande amor. Será, meu Deus? Peço-vos alento, para este tormento.

Josefina

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