Quem era a Laica? Bom a Laica era uma cadela muito meiga, de cor preta, de que raça era não sei, porque na altura em que se passou esta pequena história eu era muito novo e essa questão de raças para mim não existia, desde que me desse a mão e não me fizesse mal e me deixasse brincar com ela era tudo igual para mim. E foi assim mais ou menos, que começou esta pequena história: como sempre e era hábito andava eu a brincar pela praia, rente à Muralha, e nesse dia trazia comigo a Laica do qual eu gostava muito e ela de mim claro, bom quis o destino que, a certa altura me virasse para trás e chamasse a Laica, que se tinha atrasado, só que nesse momento tropecei numa pedra e ajoelhei-me noutra que fez um grande buraco no joelho esquerdo, claro que não chorei, fiquei foi com medo da minha mãe, porque eu sabia que quando chegasse a casa teria que a ouvir ou ainda levar tareia, pois é!
Foi isso mesmo que aconteceu: "Ah, malandro, o que é que tu fizeste? Dois sopapos no rabo e vai-te curar." Por sorte minha, uma vizinha viu-me com a perna cheia de sangue e tratou-me. Por que é que a minha mãe me bateu? Não sei, mas penso que tivesse sido, porque não tinha dinheiro para me levar ao Hospital, para me fazerem um curativo, assim foi mais rápido, "Dois sopapos e vai-te curar". Não é grande história, é apenas algumas memórias em momentos de reflexão e saudades daquele tempo em que eu tinha por companhia uma cadela que se chamava Laica. Tudo se passou em Alcochete, de onde sou natural.
J. Vicente
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