Estava de regresso a Paris, fazendo a viagem de carro, ia comigo na altura a minha mulher nesse tempo, assim como dois filhos dela. No começo da viagem era por acaso ela que vinha a conduzir o carro, bem já tínhamos por aí umas duas horas de viagem mais ou menos, e estavámos a chegar a Vilar formoso, quando de repente vi uma grande vala que atravessava a estrada toda, e disse para a minha Mulher ter cuidado.Ela ao ver o buraco, assustou-se e travou de repente e a fundo, só que já não teve tempo de evitar o buraco, e o carro ao bater com força no dito buraco, elevou-se em duas rodas, guinando para esquerda na direcção de um penhasco. A minha mulher com a aflição largou o volante, e só disse "Ai os meus filhos!" e eu ao ver aquilo, só me lembrei de dar um puxão ao volante do carro para direita, e quando o fiz, o carro endireitou e tomou a direcção do campo, pela direita, e entrou pelo campo dentro aonde parámos, saímos e fomos ver os estragos.
Graças a Deus só o tubo de escape tinha saído do lugar, coisa que eu logo arranjei, e seguimos viagem outra vez em direcção a Paris. Bom chegando ali à zona do País Basco, sendo já noite e estando um pouco cansado, porque era eu que vinha a conduzir na altura, resolvi parar para descansar, e lá arranjei um lugar acolhedor e um pouco escuro até, nunca pensando no que me iria me acontecer. Estava já eu a dormir dentro do carro, com as minhas pernas sobre as pernas da minha mulher, com ela no banco do pendura e eu no do condutor, e os miúdos no banco de trás tapados com um lençol branco, quando a certa altura, ouvi um grande estrondo, logo a seguir um grito rouco de prazer e malvadez, e em fracções de segundos, vi que esse animal(pois para mim quem me fez isto não era mais do que um animal) vinha já com intenções de dar um segundo golpe na cabeça da minha mulher. Não sei com o fiz, mas consegui me elevar do banco e jogar os meus pés na cara do sujeito, através da janela, porque o sujeito tinha quebrado o vidro. Quando o fiz, os meus pés levaram à frente os vidros que estavam ainda agarrados às borrachas,e ao se sentir ferido largou o utensílio com que tinha partido o vidro e fugiu. Eu saí, vi se o sujeito ainda estava por ali, viu-o ainda a fugir e apanhei-lhe o machado, já que foi com isso mesmo que ele nos atacou e arranquei dali para fora. Trezentos metros à frente, constatei que tinha um pneu furado, bom tive que mudar o pneu. enquanto pensava "Seja o que Deus quiser!", parei o carro, mais tarde vi que não devia ter parado o motor, porque quando eu o ia para ligar, a bateria tinha-se descarregado! Disse eu para a minha mulher " E agora, quem é que vai parar aqui para nos ajudar a estas horas da noite?", porque já eram quatro horas da manhã. Vocês agora dizem "Empurravam o carro, não é?", só que eu parei o carro numa subida e ninguém tinha força para tal. Como eu não podia ficar ali, então aventurei-me a arriscar que alguém me atropelasse, pus-me no meio da estrada a fazer sinal para alguém me ajudar, mas não foi à primeira que alguém parou, porque eu estava numa zona muito perigosa, e todos tinham medo de parar, até que lá uma alma caridosa afrouxou o carro e eu disse-lhe que não era preciso sair do carro, ele encostava o pára-choques dele ao meu e empurrava, e foi o que o homem fez. Para nosso alívio, lá conseguimos sair dali e seguirmos viagem, que na graça de Deus não nos aconteceu mais nada até Paris. a partir desse dia nunca mais parei no País Basco.
Conclusão: E porque o seguro morreu de velho, e quem tem rabo não se senta e homem avisado vale por dois.
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