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domingo, 11 de julho de 2010

Na década de sessenta, a escola...

Eu gostava da minha escola, pois apanhei algumas professoras boas. Olhando à minha condição de pobre, arranjavam-me roupa e leite para levar para casa e, quando chegava molhada à escola, secavam-me a roupa. Ia sozinha e a pé. Fui para a escola com sete anos, a fazer oito anos. Naquele tempo, o ensino era diferente de agora: os professores eram muito rigorosos, quem não sabia não passava, mas eu sempre gostei da escola, apesar da rigidez. Os professores eram muito rígidos, mas era para o nosso bem, apesar de alguns exageros nos castigos, de nos baterem com a régua e com o ponteiro em qualquer situação.
Próximo do quadro havia um cruxifixo, lembro-me bem disso, de rezarmos. Na altura em que frequentei a escola notava-se a diferença social, por exemplo eu era pobre, porque usava roupa que me davam, era a mais velha de cinco irmãos, só a minha mãe é que trabalhava, porque o meu pai bebia. Eu na minha escola não tinha muitas amigas, só as que eram pobres como eu. Ainda me dou com algumas, porque não lhes perdi o rasto, outras que tinham uma vida melhor, deixei de as ver ou então fingem que não me conhecem.
Maria de Fátima Ventura, EFA B3 continuação
25/10/2009

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