banner

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O meu livro preferido

O meu livro preferido
O que eu lia e o que leio, que preferências! Alguém me perguntou qual foi o meu livro preferido?
 Quando aprendi a ler, aí pelos meus oito anos de idade, eu tudo lia, desde que lhe pode-se chegar o olho em cima, desde livros de aventuras, como o “Mundo de aventuras o Tarzan, o Fantasma, Rex." Enfim por aí, fotonovelas, tudo até uma certa idade em que comecei a me interessar pelos bailaricos.
Depois de ter feito o serviço militar, aí já eu comecei a interessar-me por outro tipo de leitura, uma leitura mais clássica, dizendo melhor, menos infantil. Lia por exemplo, Honoré Balzac, Dumas, Pai e Filho, Camilo, Agata Crystie e outros mais, uma infinidade de livros que eu devorava pelo prazer da leitura. A certa altura pensei, então se eu gasto todos os meses dinheiro em livros, porque não fazer um curso por correspondência, assim fiz comecei a fazê-lo todos os meses recebia uma quantidade de livros técnicos, assim foi durante três anos, quando acabei o curso o gosto pela leitura, só que o tipo de livros mudou para livros técnicos de electrónica, assim tem sido até aos dias de hoje, incluindo também livros de informática, sobre hardware e software, agora depois de isto tudo resolvi também continuar a estudar, uma razão para isso, a maior de todas é de eu ter fome de aprender, a segunda é não ter muito tempo para me sentar no sofá, porque estou a ficar gordo, o que não me faz lá muito bem, por razões obvias.
Quanto ao meu livro preferido, é muito difícil para mim diferencia-lo, gostei de todos.
Este pequeno trecho da história da minha vida em como apreciador de leitura, é apenas um relembrar, em resumo das minhas preferências de leitura, ou livros preferidos.
José Vicente                       23/12/2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mais um ano escolar e força! E com sonhos!

Todos os anos lectivos se iniciam com esperança. É preciso que cada um de nós acredite, que sonhe. Depois de um dia de trabalho não é fácil sair de casa para se estudar, para aprender ou rever certas matérias. Estamos cansados, apetecia-nos ficar sentados em frente da televisão e do computador. Mas, se saímos de casa é porque temos objectivos, queremos fazer outras coisas na nossa vida, falar de outras coisas, pensar de outra maneira.

O poeta António Gedeão diria que o sonho comanda a vida. Em homenagem ao poeta e homem da ciência que faria anos hoje vamos acreditar que poderemos ter esperança neste país, pois só assim assim o mundo pula e avança. Foi assim que se inventou tudo o que ele descreve neste belo poema: Pedra Filosofal: (professora Ana Martins)


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

S. MARTINHO

E um dos santos mais populares e o seu dia continua a ser comemorado ano após ano. Assam-se castanhas e bebe-se água-pé em sua homenagem, nos dias quentes de Novembro, aos quais se dá o nome de Verão de S. Martinho.
A FESTA DO SANTO GENEROSO

A 11 de Novembro é celebrado o dia de S. Martinho, data em que este santo foi enterrado num cemitério em Tours, França, no ano de 397.
S. Martinho foi durante toda a Idade Média o santo mais popular em França e é também um dos mais populares dos dias de hoje. A sua humildade e generosidade, aliadas à fama de milagreiro, fizeram dele um santo muito querido da população e, ainda hoje, o seu espírito de partilha é uma fonte de inspiração. O facto de o Dia de S. Martinho coincidir com o mês do ano em que se presta culto aos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas leva a que a festa deste santo tenha toda uma componente de exuberância, que tende a prevalecer.
A generosidade de S. Martinho deu ainda origem a uma lenda. Conta a mesma que um cavaleiro romano, de nome Martinho, andava a fazer a ronda quando viu um velho mendigo, quase nu cheio de fome e frio. Como o dia estava chuvoso, o idoso estava encharcado e o cavaleiro sentiu necessidade de o ajudar. Então cortou a sua grossa capa ao meio, com a espada, e ofereceu metade ao mendigo, desaparecendo de seguida. Passado algum tempo, a chuva parou e surgiram os raios de sol. Talvez por isso, todos os anos, a sua festa é, normalmente, favorecida pelos dias quentes que surgem nesta altura, época à qual se dá o nome de Verão de S. Martinho.


SÃO MARTINHO NASCEU NO ANO DE 316, em Sabária (actual Hungria). O pai era soldado do Exército romano e deu-lhe uma educação cristã. Aos 15 anos Martinho foi para Itália e alistou-se no Exército romano, tornando-se, mais tarde, um grande general poderoso.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

FADO DO BARRETE VERDE

FADO DO BARRETE VERDE
Barrete Verde e jaqueta
E a cinta preta
Toda franjada
Atrás dos toiros mais lestos
Quando os cabrestos
Vão d`abalada

Seguem o caminho da praça
E o gado passa
Como um foguete
`esperas de toiros é esta
A melhor festa
Que há n`Alcochete

Há sempre um toiro na calha
Que se tresmalha
Que faz das suas
Ninguém supõe a alegria
E a valentia
Que andam nas ruas

Depois é ver as faenas
Que são apenas
Prenúncios de d`arte
Pegas com palmas e brados
Porque há forcados
Por toda a parte

Barrete, verdes campinas
Brancas salinas
Gente modesta
Que atira ao ar o barrete
Quando Alcochete
Se encontra em festa

Que andar no mar é seu fado
E o Tejo irado
Não lhe faz mágoa
Que vive alegre e contente
Porque é só gente
Da borda d`água

(Frederico de Brito e Ferrer Trindade)


postado por- J.Vicente

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Olá cara colega, você sabe mais das Escolas de Alcochete, do que eu, que sou natural da vila e frequentei essa Escola na terceira classe, a minha professora, chamava-se Maria das Dores e era muito boa, tanto como professora, como pessoa, eu até tenho uma passagem "engraçada" ocorrida nessa Escola e com essa professora;
-Estando nós no recreio e por acaso havia por ali uma bola de trapos, lá resolvemos fazer uma partidinha mais os meus colegas, e lá começamos a jogar, até que em certa altura, um colega ao disputar a bola comigo me dá um pontapé no dedo grande do pé direito, que a unha desapareceu logo, à já me esquecia de dizer, eu estava descalço e o meu colega tinha botas cardadas, bom lá a minha professora me levou ao hospital, hospital sim!, porque nessa altura, havia hospital em Alcochete, agora já não, acho que agora é um lar para Idosos, concluindo e não perdendo o fio à meada,foi uma história verdadeira, a confirmar que a minha professora era uma excelente pessoa e essa escola para mim, traz-me muitas recordações cara colega.
18 de Julho de 2010 14

terça-feira, 27 de julho de 2010

Natal impossível

NATAL IMPOSSÍVEL

“Natal de Jesus Cristo”

Natal, também implica escutar, em primeiro lugar, liberdade interior para deixar cair preconceitos, “Cair a Venda” e ver a realidade tal como ela é, com as suas contradições de luzes, fazendo brilhar o que é escuro, mas nem todas as sombras se conseguem iluminar, por isso o homem de hoje senta-se ao volante da máquina da publicidade e julga que tudo resolve distribuído migalha aqui e ali, porque a justiça tarda em chegar.

Os senhores governantes têm as consciências muito tranquilas, pois foi assinada a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Mas muito está para resolver, e aquilo que não resolve esconde.

Quando não pode esconde-las finge que tudo está resolvido; Os pobres do desemprego? Com a Segurança Social.

Os loucos? Já não ficam no asilo, vão para as clínicas de Psiquiatria até??...

De todos os outros doentes também já se resolveu, uns são clientes das clínicas médicas, e outros são os utentes do serviço Nacional de Saúde. Doentes? Já não os há.

Dos sem abrigo? Nem se fala.

Estão muito bem instalados, num hotel de estrelas incontáveis, nada há a dizer.

E os velhos? Em tempo muito remoto o filho mais velho “levava o velho pai para o monte e deixava-lhe uma manta para que não morresse de frio”.

No século XXI, o filho é mais filho, ou seja, o filho de hoje tem mais dinheiro… tem mais amor?... e, então o que faz?

Como tem mais dinheiro deixa o velho pai no Hotel Geriátrico com o cartão da agência funerária, porque graças aos homens de boa vontade… com grandes vantagens podem ir para o estrangeiro passar as férias de Natal.

NATAL! “Natal não é quando o homem quer” Natal é como o homem quer, porque pôs Nele toda a mesquinhez e tolice do nosso tempo.

“ NATAL de JESUS CRISTO”

O narrador dirige-se a todos os irmãos na Fé Crista.

Porque Deus ao Fazer-se Menino Quis Encarnar numa Mulher pobre do seu Povo.

Deus não é riqueza por isso, não quis nascer num Palácio, Deus Menino nasceu sem sinais exteriores de riqueza e escolheu para nascer uma paupérrima gruta em Belém da Judeia.

O Menino que nasceu naquela noite que é NATAL, veio para renovar a Face da Terra.

Nas Suas parábolas, recomendou: "ama o teu pai, a tua mãe, sê justo com o teu irmão, e ama o teu próximo", dando-nos como exemplo a parábola do Samaritano.

Ele lutou por uma justiça mais social mas não O entenderam.

Estamos no século XXI, os presidentes das nações já têm as consciências muito limpas e podem dormir muito tranquilos; a grande maioria das nações assinou a carta Universal dos Direitos do Homem.

Por esta razão basta-lhes aproveitar a caixa que mudou o

Mundo e dirigir a todo o seu cidadão, UM SANTO E FELIZ NATAL DE PAZ E AMOR.

Maria Josefina A. de Melo

Alcochete, 2010 EFAS 2

domingo, 11 de julho de 2010

Festas tradicionais: festa do Samouco


Pelas festas do Samouco ia com as minhas amigas para a festa para os carros de choque, para os carrosséis, para as largadas que eram feitas no Largo do Chafariz e que podia ver da casa da minha mãe.

De sábado para domingo havia a sardinha, a charanga, em que toda a gente saía para a rua para se divertir até de manhã. Íamos atrás da charanga até à praia onde todos dançavam até de manhã. No domingo, havia a procissão: todos os santos saíam acompanhados pela Banda do Samouco, com os bombeiros de Alcochete e com os militares da base aérea.

No último dia da festa faziam um concerto com alguns artistas, com fados e, por fim, o fogo de artifício que era muito "giro".

Era uma festa muito importante para mim, porque havia a procissão que eu gostava muito e a família estava junta.


Maria da Graça, B2

Lembranças do Brasil


A minha escola era chamada de grupo, na época, era pintada de branco e amarelo. Era grande e comprida, tinha bastantes espaços para brincarmos e as salas também eram grandes.


No meu primeiro dia de aulas, eu fui a pé com uma prima, porque eramos da mesma idade. A gente tinha um caderno, um lápis e uma borracha cada uma. Eu tinha sete anos, ela oito anos de idade. Já estávamos grandes, mas não sabíamos ler, nem escrever.



A nossa professora era muito má, só sabia bater e gritava muito com os alunos. Não me lembro dos colegas, mas lembro-me de uma menina que se chamava Daniela, era mais ou menos parecida com o Godofredo (nome da personagem do conto do Menino Nicolau que lemos este ano). Ela não se misturava com as outras, na hora da merenda, não comia a comida da escola, mas só o que trazia de casa e sempre mantinha a distância dos outros.



Na hora do recreio a gente brincava muito de pula corda e ao jogo de esconder. Eu gostava muito de jogar à bola.

Eliene, B2

Escola de meados da década de noventa...Alcochete

Tinha eu seis anos quando entrei na escola, nos primeiros dias quem me levava à escola era a minha mãe, mas com o tempo e, como morava perto da escola, ia sozinho.

A minha escola era a escola do Monte-Novo, era uma escola antiga onde já tinham andado os meus pais e as minhas irmãs. Era uma escola não muito grande, no interior das salas ainda se via a cruz de Cristo que era obrigatória antigamente.

No meu tempo, quando chegava a hora do intervalo, brincava-se às escondidas, jogava-se à bola, à apanhada e mais a uma ou outra coisa.

Do meu 1º ao 4º ano tive sempre a mesma professora, era uma professora muito simpática e amiga, mas muito rígida, chamava-se Delfina.

Rui, EFA B3 continuação

Escola no Monte-Novo


Fui para a escola no dia 7 de Outubro de 1965, com 7 anos. A escola era e continua sendo um edifício com R/chão e 1º andar, ou seja com 4 salas de aulas, frequentada só com raparigas. Jogávamos às escondidas, saltávamos à corda e também jogávamos à malha.


A professora D. Gertrudes já era um bocadinho idosa, tinha muito pouca paciência para as alunas com um bocadinho de dificuldade em aprender a tabuada e a conjugar os verbos, por isso recorria muito frequentemente às réguadas e aos puxões de orelhas.


As minhas amigas eram muito amigas da brincadeira e de pregarem algumas partidas, tanto nas aulas como no recreio. Eram castigadas e eu também, porque ria muito. Eram a Berta, a Leonor, a Albertina, a Germana, a Maria José e a Maria Emília. Actualmente só tenho contacto com a Leonor e a Maria José, a Germana mora em Nova-Iorque, mas trocamos postais no Natal e encontramo-nos quando ela vem passar férias, a Maria Emília, a Berta nunca mais soube nada delas. A Albertina continua a morar em Alcochete, mas simplesmente parece que esqueceu tudo.


Rosalina, B3 continuação ( imagem retirada de um blogue sobre jogos tradicionais)

A minha Escola...no final da década de sessenta


A minha escola primária decorreu em Alcochete. Era pequena, mas muito acolhedora e foi onde aprendi a ler e onde comecei a saber o que era a amizade, o que era ser humano, humilde e sincero. Havia um pátio e um jardim e podíamos lá brincar sem problemas. Fui para a escola aos sete anos. No meu tempo não havia o que há agora que é tudo electrónico e sofisticado. Naquele tempo, brincava-se ao Salta e Trava e ao Entra mais Um. Jogava-se ao berlinde, à carica e ao pião, à bola de plástico ou de borracha, porque não havia o que há hoje. Tinha muitos colegas e amigos.


A minha professora era uma excelente professora, mas tive uma que adorava lanchar e depois dormir algum tempo. Aqueles que tinham mais fome ajudavam a comer o resto do seu lanche, o que para mim era uma grande alegria.


João Martinho, EFA B3 continuação

Na década de sessenta, a escola...

Eu gostava da minha escola, pois apanhei algumas professoras boas. Olhando à minha condição de pobre, arranjavam-me roupa e leite para levar para casa e, quando chegava molhada à escola, secavam-me a roupa. Ia sozinha e a pé. Fui para a escola com sete anos, a fazer oito anos. Naquele tempo, o ensino era diferente de agora: os professores eram muito rigorosos, quem não sabia não passava, mas eu sempre gostei da escola, apesar da rigidez. Os professores eram muito rígidos, mas era para o nosso bem, apesar de alguns exageros nos castigos, de nos baterem com a régua e com o ponteiro em qualquer situação.
Próximo do quadro havia um cruxifixo, lembro-me bem disso, de rezarmos. Na altura em que frequentei a escola notava-se a diferença social, por exemplo eu era pobre, porque usava roupa que me davam, era a mais velha de cinco irmãos, só a minha mãe é que trabalhava, porque o meu pai bebia. Eu na minha escola não tinha muitas amigas, só as que eram pobres como eu. Ainda me dou com algumas, porque não lhes perdi o rasto, outras que tinham uma vida melhor, deixei de as ver ou então fingem que não me conhecem.
Maria de Fátima Ventura, EFA B3 continuação
25/10/2009

Várias escolas primárias na década de setenta


Entrei na escola com seis anos e como tinha vários irmãos a estudar íamos todos juntos. Os meus pais trabalhavam e não podiam nos acompanhar, nesse tempo.

A minha escola era em Lisboa, tinha um gradeamento todo em volta, os jardins não eram muito cuidados e os edifícios eram rasteiros, tipo pré-fabricados.

Tínhamos várias brincadeiras, como saltar à corda, jogar ao elástico e brincar à cabra-cega, era mais divertido, no meu tempo, as brincadeiras.

Os meus professores foram alguns, devido ao facto de andar de terra em terra. A minha primeira professora foi a melhor de todas. Tive duas que eram agressivas, batiam na cara e davam réguadas, era os castigos que levava.

No tempo da minha escola eramos todos amigos uns dos outros, as amizades eram da aldeia onde morava, como das aldeias vizinhas. Não havia tanta discriminação.

Paula Neves, Efa B3 continuação

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Memórias da escola primária: Samouco


A minha escola era no Samouco. Tinha umas carteiras em madeira, tinha janelas em madeira, uma porta de madeira castanha com uma maçaneta em ferro, umas escadas, duas casas de banho, uma para as raparigas e outra para os rapazes e um muro branco (caiado), com uma rede castanha. Também tinha um portão em ferro, um campo de futebol e uma cantina onde íamos almoçar todos.

No primeiro dia de aulas quem me foi levar foi a minha mãe. Eu tinha sete anos e levava uma blusa branca e umas calças cor-de-rosa e uns sapatos pretos. Tinha ainda uma bata branca (era obrigatória), com um laço. Levava uma mochila azul, os livros escolares, uma carteira para os lápis de cor, para além de um lápis, caneta e de uma borracha, um afia, uma régua, canetas de feltro e alguns cadernos.

Tive duas professoras, uma chamava-se Maria do Rosário e deu-me aulas da primeira até á segunda classes e a outra era a Maria do Carmo e foi da terceira à quarta classes. As professoras faziam trabalhos manuais e, às vezes, faziam festas que era o que nós gostávamos mais.

Os meus amigos eram sete: a Paula, a Sofia, a Mariana, a Catarina, o José, o João e o Emanuel.

Brincava com as minhas colegas à cabra-cega, jogava à bola, saltava à corda, andava de baloiço, brincava ao comboio, jogava à malha e às escondidas. Foi o melhor tempo da minha infância, porque era muito pequena e era muito feliz, tinha verdadeiros amigos.


Maria da Graça Jesus, B2 (escola primária dos anos 70- 1970)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Onde fiz a escola primária...


Entrei para a escola primária com 7 anos. A minha escola era no Monte-Novo, em Alcochete. Era um edifício com dois andares e tinha um recreio muito grande. Nesse recreio brincava à cabra-cega, à macaca e às escondidas, jogava ao berlinde e saltava à corda.

Na primeira e segunda classes, a professora chamava-se Suzete, era muito exigente e quando nos portávamos mal, punha-nos de castigo e dava-nos réguadas nas mãos. Durante a terceira e quarta classes, a professora chamava-se Adelina e era mais calma, mantendo sempre o respeito perante os alunos, pois ao contrário da outra professora, esta sabia falar connosco. Esta última até levava os alunos com mais dificuldade para sua casa para lhes ensinar.

As minhas amigas eram a Manuela, a São, a Guida e a Paula, eram boas amigas e companheiras de brincadeiras.


Maria Isabel Carmo, EFA B3 de continuação

terça-feira, 22 de junho de 2010

Histórias de amigos...


Joaquim, José e António! Certo dia de uma Primavera já muito longínqua tudo isto se passou na realidade e que me marcou para toda a minha eternidade, pois certo dia estando José e o António a brincar lá no Largo da Praça, actual largo da República, como de hábito, quando se chega junto de nós o Joaquim que nos diz:
- Vamos ver de nós quem é que corre mais e quem chega primeiro à Igreja! Tu, António, vais pelo beco da Firestone, tu Zé vais pela Rua Direita e eu vou pela Rua do Argolinha.
Logo o Zé, como estivesse a adivinhar que algo de muito grave ia acontecer, de pronto diz:
- Eu não vou pela Rua direita, porque por aí passam muitos carros e eu tenho medo de ser atropelado.
Então diz o Joaquim:
- Se não queres ir tu, vou eu pela Rua direita e vais tu pela do Argolinha.
Arrancou logo de seguida não dando tempo sequer de eu partir, coisa que já não fizemos, porque logo de seguida se começou a ouvir gritos e logo compreendemos que tinha acontecido algo de muito grave, tanto que já não fomos confirmar o que tinha acontecido: o nosso amigo Joaquim encontrou a Morte imediata ao virar a esquina, ficando debaixo de um camião e ainda hoje penso se não estava guardado para mim. Já tenho mais de 60 Anos e isso não me sai da cabeça, eu sei que nós todos vamos para lá, mas éramos tão novinhos e Deus não quis que eu fosse nesse dia. Actualmente nessa fatalíssima Rua, já não circulam viaturas, a Câmara condicionou essa Rua a trânsito, só para moradores, e abençoado momento que o fez. Com esta minha história, não tenho intenção de avivar recordações, muito dolorosas, para quem quer que seja, isto são memórias de alguém, que já sofreu muito e que ficou como que uma ferida aberta, estas memórias




J.Vicente

sábado, 19 de junho de 2010

A Viagem: escrever a partir de um provérbio

Estava de regresso a Paris, fazendo a viagem de carro, ia comigo na altura a minha mulher nesse tempo, assim como dois filhos dela. No começo da viagem era por acaso ela que vinha a conduzir o carro, bem já tínhamos por aí umas duas horas de viagem mais ou menos, e estavámos a chegar a Vilar formoso, quando de repente vi uma grande vala que atravessava a estrada toda, e disse para a minha Mulher ter cuidado.Ela ao ver o buraco, assustou-se e travou de repente e a fundo, só que já não teve tempo de evitar o buraco, e o carro ao bater com força no dito buraco, elevou-se em duas rodas, guinando para esquerda na direcção de um penhasco. A minha mulher com a aflição largou o volante, e só disse "Ai os meus filhos!" e eu ao ver aquilo, só me lembrei de dar um puxão ao volante do carro para direita, e quando o fiz, o carro endireitou e tomou a direcção do campo, pela direita, e entrou pelo campo dentro aonde parámos, saímos e fomos ver os estragos.

Graças a Deus só o tubo de escape tinha saído do lugar, coisa que eu logo arranjei, e seguimos viagem outra vez em direcção a Paris. Bom chegando ali à zona do País Basco, sendo já noite e estando um pouco cansado, porque era eu que vinha a conduzir na altura, resolvi parar para descansar, e lá arranjei um lugar acolhedor e um pouco escuro até, nunca pensando no que me iria me acontecer. Estava já eu a dormir dentro do carro, com as minhas pernas sobre as pernas da minha mulher, com ela no banco do pendura e eu no do condutor, e os miúdos no banco de trás tapados com um lençol branco, quando a certa altura, ouvi um grande estrondo, logo a seguir um grito rouco de prazer e malvadez, e em fracções de segundos, vi que esse animal(pois para mim quem me fez isto não era mais do que um animal) vinha já com intenções de dar um segundo golpe na cabeça da minha mulher. Não sei com o fiz, mas consegui me elevar do banco e jogar os meus pés na cara do sujeito, através da janela, porque o sujeito tinha quebrado o vidro. Quando o fiz, os meus pés levaram à frente os vidros que estavam ainda agarrados às borrachas,e ao se sentir ferido largou o utensílio com que tinha partido o vidro e fugiu. Eu saí, vi se o sujeito ainda estava por ali, viu-o ainda a fugir e apanhei-lhe o machado, já que foi com isso mesmo que ele nos atacou e arranquei dali para fora. Trezentos metros à frente, constatei que tinha um pneu furado, bom tive que mudar o pneu. enquanto pensava "Seja o que Deus quiser!", parei o carro, mais tarde vi que não devia ter parado o motor, porque quando eu o ia para ligar, a bateria tinha-se descarregado! Disse eu para a minha mulher " E agora, quem é que vai parar aqui para nos ajudar a estas horas da noite?", porque já eram quatro horas da manhã. Vocês agora dizem "Empurravam o carro, não é?", só que eu parei o carro numa subida e ninguém tinha força para tal. Como eu não podia ficar ali, então aventurei-me a arriscar que alguém me atropelasse, pus-me no meio da estrada a fazer sinal para alguém me ajudar, mas não foi à primeira que alguém parou, porque eu estava numa zona muito perigosa, e todos tinham medo de parar, até que lá uma alma caridosa afrouxou o carro e eu disse-lhe que não era preciso sair do carro, ele encostava o pára-choques dele ao meu e empurrava, e foi o que o homem fez. Para nosso alívio, lá conseguimos sair dali e seguirmos viagem, que na graça de Deus não nos aconteceu mais nada até Paris. a partir desse dia nunca mais parei no País Basco.
Conclusão: E porque o seguro morreu de velho, e quem tem rabo não se senta e homem avisado vale por dois.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Laica


Quem era a Laica? Bom a Laica era uma cadela muito meiga, de cor preta, de que raça era não sei, porque na altura em que se passou esta pequena história eu era muito novo e essa questão de raças para mim não existia, desde que me desse a mão e não me fizesse mal e me deixasse brincar com ela era tudo igual para mim. E foi assim mais ou menos, que começou esta pequena história: como sempre e era hábito andava eu a brincar pela praia, rente à Muralha, e nesse dia trazia comigo a Laica do qual eu gostava muito e ela de mim claro, bom quis o destino que, a certa altura me virasse para trás e chamasse a Laica, que se tinha atrasado, só que nesse momento tropecei numa pedra e ajoelhei-me noutra que fez um grande buraco no joelho esquerdo, claro que não chorei, fiquei foi com medo da minha mãe, porque eu sabia que quando chegasse a casa teria que a ouvir ou ainda levar tareia, pois é!


Foi isso mesmo que aconteceu: "Ah, malandro, o que é que tu fizeste? Dois sopapos no rabo e vai-te curar." Por sorte minha, uma vizinha viu-me com a perna cheia de sangue e tratou-me. Por que é que a minha mãe me bateu? Não sei, mas penso que tivesse sido, porque não tinha dinheiro para me levar ao Hospital, para me fazerem um curativo, assim foi mais rápido, "Dois sopapos e vai-te curar". Não é grande história, é apenas algumas memórias em momentos de reflexão e saudades daquele tempo em que eu tinha por companhia uma cadela que se chamava Laica. Tudo se passou em Alcochete, de onde sou natural.



J. Vicente

Natal é quando o Homem quiser

Natal é quando o Homem quiser, tentar compreender esta frase na essência, é um tanto ou quanto relativo! Há diferentes opiniões que dependem de diversas classes sociais e religiosas, e muitas vezes dependem do tamanho da carteira de cada um, assim como da boa vontade e da espontaneidade de se fazer o bem e não olhar a quem.

Nós mesmos se quisermos entender, quando o narrador frisa que a frase não tem sentido para ele, penso que isso é relativo à sociedade em que ele ou nós estamos inseridos e ao grau de educação em que ele foi educado, para mim dizer que o Natal é sempre que o Homem quiser, depreendo que isso quer dizer, que para fazemos o bem, não é necessário entrarmos na época natalícia, durante todo o ano, toda a gente tem oportunidade de ajudar a quem mais necessita, nem que seja só uma palavra amiga a quem não tem quem lha dê. Estamos no século XX e apesar de termos melhores regalias sociais do que no século anterior, não nos vamos preocupar pelos outros somente devido à época Natalícia, vamos tentar ser mais atenciosos por quem mais necessita durante todo o ano, mas dando graças a Deus por nos ter enviado o seu Filho para nos ensinar a bondade e a boa vontade de ajudar o próximo.

Vamo-nos preocupar mais com os idosos que estão sós, abandonados, por vezes em "Lares" que não têm as condições mínimas para saborearem o resto das suas vidas com dignidade e um pouco de afecto; vamos olhar também para as crianças abandonadas e para os sem -abrigo, vamos fazer que seja Natal todo o Ano, e não só na época natalícia.

09-01-2010

J. Vicente


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Na época dos que nada tinham: a História do Meu Avental.


Duma aldeia do Ribatejo, um jovem casal imigrou para a Capital “ Lisboa” deixando para trás uma filha de 4 anos entregue à avó Ana (materna), senhora idosa, viúva há alguns anos.
A avó tinha apenas uma pobre casa a onde vivia, e duas pequenas fazendas das quais tirava a sua sobrevivência, na horta aonde havia um poço com água cultivava alguns hortícolas, mas nem sempre havia. Certo dia, recordo-me bem, chegou a casa já noite de Inverno, olhou em volta e disse em voz baixa: "O que é que vamos comer?". De aparência não havia nada, mas de repente fez uma pequena fogueira, pôs a trempe e em cima uma sertã com azeite, descascou umas batatas e fritou-as: nunca comi batatas fritas tão boas.
Na mesma aldeia viviam também os avós paternos: a avó Inácia e o avô António.Tiveram 8 filhos, o mais novo tinha 3 anos a mais do que a neta.
O avô António era cavador, trabalhava de sol a sol, excepto ao Domingo, a avó Inácia tinha que fazer tudo, e tratava da sogra que com a avançar da idade perdeu a visão, movimentava-se com muita dificuldade. Eram muito pobres.
Enquanto a neta brincava com o avental da avó, ela cozia à mão a roupa da casa(da família). Certo dia, a avó Inácia arranjou um bocadinho de tempo, mais um bocadinho de riscado que sobrou da camisa do avô António e fez um pequeno avental e colocou-lhe um bolso, duas fitas do mesmo tecido e foi pô-lo na cintura da neta. Que dia tão feliz! Querida Avó, mãos tão calejadas e leves! Pareciam mãos de fada.
A bisavó que mesmo invisual não perdeu o sentido das coisas, com alguma dificuldade levantou-se e o que fez? Foi a um saco que tinha perto si e tirou de lá uns figos secos e umas amêndoas, com que encheu o pequeno bolso: que figos tão bons, e que amêndoas tão deliciosas.
Sobre estas histórias, 74 anos passaram. Muitas vezes choro e recordo-me com muitas saudades das minhas batatinhas fritas, dos figuinhos e do avental! Porquê? Porque tudo isto era de marca, não eram as batatas da PALA PALA nem os figos da Turquia, nem o avental da BENETTON, ou qualquer outra marca comercial, mas tinham uma marca.A marca do amor da ternura e carinho com as avós fazem as coisas para os seus netos.
Por tudo isto eu choro cm saudades dos meus "FIGOS" das minhas "BATATINHAS" e do meu AVENTAL.



Josefina, 74 anos

As festas tradicionais - Páscoa


As memórias das festas tradicionais
Em tempos idos, eu era jovem e tudo para mim era brincadeira.
Bom, nesses tempos idos era costume em Alcochete no Sábado de Aleluia, quando acabava a Missa, os rapazes andarem pelas ruas da Vila com um bate folhas, e ao mesmo tempo fazia-se a queima do Judas.
O que era o judas? O judas era um boneco de palha que as pessoas faziam com roupas velhas, e penduravam-no no centro das Ruas, e depois à meia noite deitavam-no fogo.
O que era um bate folhas? Eram um conjunto de folhas flandres, que os rapazes achavam na praia ou, aonde houvesse, a seguir atavam umas às outras, até ter por comprimento, 4 ou 5 metros, era puxado por dois rapazes à frente, com um pau atravessado e levando atrás um rancho de rapazes a bater com paus e, quanto mais barulho fizessem, melhor, assim era a tradição aqui em Alcochete. Por vezes acabava mal, as latas desprendiam-se, e havia quem caísse em cima delas, e havia joelhos feridos e por vezes muito mais.
É uma pequena tradição que eu penso que está outra vez a ser revivida.


J. Vicente

quinta-feira, 4 de março de 2010

Pai, lembro-me de ti




Pai, por ti estou a chamar
Por favor tenta-me responder
Peço-te, se me poderes ajudar
Não deixes que me façam sofrer
Queria que estivesses aqui comigo
Mas sei que é impossível
Isso para mim é um grande castigo.
Para mim tu és inesquecível
E para mim estás-me sempre a ver
Posso não ter razão
Mas é o que me faz ter vontade de viver
Ter o teu amor no meu coração
E saber que jamais irá desaparecer
Peço para contigo sonhar
Para conseguir dormir descansada
Sonharei que te estou a abraçar
Só tenho medo de acordar sufocada
Por te voltar a perder
Mas não faz mal, quero que seja assim
Para te poder ter sempre perto de mim.


Vânia Santos.06/01/04
EFA B2

___________________________________________________




Pecado





Este meu pecado
Que eu em nova cometi
Talvez não o tivesse realizado
Se meu pai estivesse aqui
Com a minha mãe tive de contar
Era só o amor dela
Que eu podia reclamar
Queria reclamar muito mais
Mas como não podia
Só me restava sonhar
Que perto de mim tinha os pais
Que um dia em bebé
Tive juntinho de mim
Era uma enorme felicidade
Que um dia chegou ao fim
Tendo eu quatro anos de idade
O meu paizinho, eu perdi
Fartando-me de chorar
Crescendo eu pedi
A Deus que pode-se me explicar
Porquê a morte do meu pai?
Ele nunca me chegou a responder
Talvez não haja explicação
Mas eu gostava de entender…


Vânia Santos, 04/06/2001.
______________________________________________




Ciúme




Fofo só te queria dizer
Mais uma última vez
Para comigo conseguires viver
E não olhares ao que o ciúme fez
Não tenho a culpa
De ser tão ciumenta
Peço muita desculpa
De não ter sido mais atenta
A tudo o que me falavas
Tinha tanto medo de te perder
Que nunca pensei que te fartavas
De tanto ciúme em mim nascer
Quero que me saibas perdoar
Por tudo o que te fiz
E que para mim possas voltar
Para te puder fazer feliz
Deixa o rancor, esquece a dor
Podia não ter razão
Tenho alguma culpa
Mas já que o meu coração
Te quer pedir desculpa
Limito-me a pedir
Para que o mau coração fique em paz
E a dor de dentro sair
Por ti o meu coração tudo faz…


Vânia Santos, 23/05/01,16:12.
_________________________________________


A vida é bela



A vida é aborrecida
Temos muito que enfrentar
Quando fica complicada
E a temos que estabilizar
Todo o mal provocado
É a situação de um mau resultado
Que não conseguimos esquecer
Só nos apetece fugir
Para não enlouquecer
Isso não queremos admitir
É um grande esforço
A dor começa a surgir
Perdemos a esperança
E tudo temos que apreçar
Começar a trabalhar
Para uma vida melhor
A nós oferecer
Com muito suor
Também muito a percorrer
Nada temos a temer
Porque havemos de encontrar
Algo encantador
Da vida nada podemos abdicar
Só por causa de uma dor
De tantos erros que cometemos
Não podemos guardar rancor
E continuarmos a esperar
Para que tudo de certo
Temos muito a lutar
E isso leva algum tempo
Tudo na vida tem uma saída
Desde que saibamos dirigir
Tudo o que há nela
Sempre a sorrir
E a vida se tornará bela…


Vânia Santos, 10/04/01,21:32. EFA B2

____________________________________________

A minha vocação









Estou a perder a minha vocação,
De versos e poemas escrever.
Será falta da antiga agitação,
que surgia até ao anoitecer?
Será o amor que me prende,
Ou será que com a idade se esquece?
Estarei a ficar careta de repente?
Não queria que isso me acontecesse,
Podia ter aproveitado melhor
Uma grande oportunidade deixei fugir
Talvez tenha sido por falta de calor
Dentro de mim sentia que não podia desistir
Mas o meu medo venceu a razão
Agora passo a vida a lamentar
Comigo própria sofri uma desilusão
Por não ter tido mais garra para triunfar
Vozes profundas me diziam para ficar
Eu olhava e sorria a agradecer
Desiludidos me disseram que havia de chorar
Disse adeus e fui-me embora
Não percebi o erro que estava a cometer
Bastou um cansaço para tudo desaparecer
No meu quarto deixei-me adormecer
Não queria pensar no que me esperava
Só queria divertir-me todos os dias
Agora sei que eram tolices o que eu desejava
Neste momento só desejo ser feliz
Até ao fim dos meus dias
Os anos passam sem vermos
Os pensamentos vão mudando sem sentirmos
Algo em nós vai começando a mudar
O rosto começando a envelhecer
Vamos aprendendo a esperar
O nosso coração começa a amadurecer
Sim, tudo isto é o que estou a sentir
Sinto-me mais segura
Ainda sou muito nova
não tenho medo de admitir
Mas por dentro sinto-me madura
Um dia quando for bem velhota
De mim me hei-de orgulhar
Pois sinto-me uma grande poetisa
Em pequenas folhas meus sentimentos sei contar.


Vânia Santos-2004. EFA B2